DEPUTADO QUER LEGALIZAR MACONHA NA CALIFORNIA

Projeto é ousado: legalizar a venda e o consumo de maconha, cobrar imposto e usar o dinheiro para reforçar o caixa do governo.

A Califórnia é um estado quebrado, afundado em dívidas e à procura de ajuda para sair do atoleiro. O deputado Tom Ammiano quer regular e taxar a produção de maconha, que na Califórnia é permitida apenas para uso medicinal. A produção no estado é avaliada em US$ 14 bilhões ao ano, uma renda muito maior que a gerada pelas uvas da região. Até agora, nenhum centavo vindo da maconha vai para o estado. O deputado acha que isso pode mudar. A proposta é legalizar o consumo, inclusive para uso não-medicinal, e cobrar impostos de usuários maiores de 21 anos, o que poderia levar aos cofres da Califórnia uma receita próxima de US$ 1,4 bilhão. "Isso poderia ser vendido em lojas, farmácias ou hospitais", diz o deputado. A ideia mexeu com o governador Arnold Schwarzenegger, que ontem aprovou um orçamento mais conhecido como cobertor curto. Ele disse: "Eu acho que nós devemos estudar cuidadosamente o que outros países estão fazendo para legalizar a maconha". A legalização da maconha ainda não tem o apoio da maioria dos deputados da Califórnia, mas eles querem que a população vá às urnas em 2010, para decidir o que deve ser feito. Pesquisas populares mostram que 56% dos californianos são a favor da legalização. Por enquanto, o jeito mais fácil de conseguir dinheiro legal com a maconha é taxando o uso de produtos medicinais derivados da erva. Na semana passada, Oakland se tornou a primeira cidade da Califórnia a cobrar esse tipo de imposto. Conselhos das cidades de Los Angeles, São Francisco e Santa Cruz estão discutindo medidas semelhantes. Steve Deangelo, que comanda um ambulatório com produtos medicinais feitos a partir da maconha, agradece a chance de ser visto como um empresário qualquer, com um negócio valioso: "A minha esperança é que a gente possa ser visto como cidadão que paga impostos, em vez de criminosos".

Rortagem de Lilia Teles para o "Bom dia Brasil de hoje"