sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Evangélicos é o grupo religioso menos satisfeito com a vida, aponta estudo
Entre os membros de todas as grandes religiões, as pessoas consideradas “muito religiosas” estão mais satisfeitas com sua vida que a maioria dos “religiosos moderados” ou dos “não religiosos”. Esta conclusão baseia-se em uma análise de 372.927 entrevistas feitas com adultos nos EUA (quadro abaixo) pelo Instituto de Pesquisas Gallup e divulgada no início deste ano. Neste levantamento as principais variáveis demográficas e regionais foram monitoradas.
A pesquisa documenta que os norte-americanos mais religiosos desfrutam de maior bem-estar (satisfação com a vida). Os resultados atuais confirmam que o mesmo padrão persiste dentre todos os grandes grupos religiosos, incluindo também pessoas que não têm identidade religiosa formal.
O grau de religiosidade definido por esta análise baseia-se nas respostas dadas pelos entrevistados a questões sobre a importância da religião em suas vidas e a frequência a reuniões religiosas públicas (sinagoga, templo, igreja etc). Isso dividiu os entrevistados em três grupos: “muito religiosos”, “religiosos moderados ” e “não religiosos”.
Pesquisas anteriores mostraram que a religiosidade está profundamente relacionada à idade, gênero, raça e etnia, região do país em que vive, situação socioeconômica e estado civil. Uma vez que a satisfação também está relacionada com essas variáveis, a análise se mostra mais completa.
Os judeus obtiveram a maior pontuação de um grupo religioso no índice de satisfação, embora mais da metade deles se considerem não religiosos, segundo a pesquisa (quadro acima). Os judeus ficaram em primeiro lugar, com um percentual de quase 70% no “índice de satisfação”, seguidos por ateus/não religiosos/agnósticos, católicos, mórmons, muçulmanos e outras religiões. Protestantes obtiveram o menor índice, com 64,8.
Surpreendentemente, o grupo dos “não religiosos” ficou em segundo lugar na lista. Segundo o Gallup, este grupo, embora pequeno em tamanho, provavelmente inclui pessoas que têm formação religiosa mas atualmente apenas não pertencem a um grupo religioso específico – além dos que se autointitulam ateus e agnósticos.
A pesquisa mostrou ainda o “nível de intensidade” das pessoas quanto à religião. Nesse item os resultados não surpreendem tanto em virtude da conhecida dedicação dos mórmons e dos protestantes em fazer prosélitos.
Uma análise dos números publicados mostra que todos os grupos têm um intervalo de 4 a 6 pontos entre os seus mais e os menos religiosos. O Gallup conclui que “as questões religiosas estão ligadas à satisfação, independentemente da religião que alguém siga”. Um analista do instituto de pesquisas disse ainda que fica claro o aumento de satisfação nos que frequentam com mais assiduidade a sinagoga/igreja/mesquita e podem capitalizar os aspectos sociais dessa participação.
A pesquisa foi realizada entre 2 de janeiro de 2009 e 28 de julho de 2010, numa parceria entre o Gallup e o Healthways, empresa focada em questões de saúde. A amostra aleatória foi de 554.066 adultos dos EUA e sua margem de erro é de 0,5 ponto percentual para mais ou para menos.
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